Barroso defende ‘pacificação nacional’, mas quem está em guerra são os Três Poderes

Gilmar Fraga: sob nova direção... | GZH

Charge do Gilmar Fraga (Gaúcha/Zero Hora)

Eliane Cantanhêde
Estadão

O ministro Luís Roberto Barroso assumiu a Presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) pregando pacificação nacional e pluralismo de ideias, o que nos remete ao tiroteio entre Legislativo e Judiciário, com balas perdidas ameaçando o Executivo e suas pautas, principalmente econômicas.

Quem, aliás, queria estar na pele do presidente Lula, a quem cabe sancionar ou vetar o projeto parlamentar do marco temporal das terras indígenas? Se vetar, briga com o Congresso. Se sancionar, confronta o Supremo.

NOVO DESAFIO – Barroso acaba de pegar o bastão das mãos da ministra Rosa Weber e precisa se ajustar ao novo desafio. Lula operou o quadril, passa um tempo internado e depois vai despachar em casa, ou melhor, no Palácio da Alvorada.

No Congresso, os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira, estão a mil por hora, aliados às bancadas BBB (Boi, Bala e Bíblia) para provocar os outros Poderes, promover retrocessos e aprovar a PEC da Anistia, para livrar partidos e candidatos de multas eleitorais.

O próprio projeto do marco temporal foi aprovado pelo Senado, numa sequência relâmpago de votações, logo depois do julgamento no Supremo que derrubara essa tese e, o pior, sem chance de vingar. Por quê? Porque Lula pode vetar. Se não vetar, choverão ações questionando sua constitucionalidade. E essas ações irão justamente para o Supremo, que tem uma posição fechada contra.

ESTILO BARROSO – Em seu discurso, Barroso foi Barroso, no seu tom habitual, hiper humanista, com coloração filosófica e pitadas de poesia. Mais do que de questões jurídicas, leis, capítulos e artigos, ele falou de valores, uma sociedade justa, igualdade e até afeto.

“A afetividade é uma das energias mais poderosas do universo. O sentimento sincero de fraternidade e Pátria por todas as pessoas transforma o mundo”, pregou, admitindo que, para uns, soaria ingênuo. Soou mesmo, mas a ingenuidade, quando se confunde com o bem, pode ser muito bem-vinda.

Ao defender a pacificação, ele tocou em pontos que contrapõem esquerda e direita, racham o país ao meio e que ele taxou de antagonismos artificialmente criados: “O sucesso do agronegócio não é incompatível com proteção ambiental; o combate eficiente à criminalidade não é incompatível com o respeito aos direitos humanos; o enfrentamento à corrupção não é incompatível com o devido processo legal”.

7 thoughts on “Barroso defende ‘pacificação nacional’, mas quem está em guerra são os Três Poderes

  1. Mais um texto da puxa-sacos mor.

    O textos da Catanhede são um exemplo de cara de pau.

    Fala que a um confronto entre os poderes, mas não é capaz de dizer quem, aonde ou por que. Por que para isso teria que criticar o governo do PT ou os ministros do STF. Mas aí não pode né dona Catanhede.

  2. Muito bom texto da jornalista Eliane.
    Quem tem dúvidas que esse Congresso está sendo o maior empecilho para paz e o desenvolvimento do país?
    Não se pode esperar nada de bom de um legislativo dominado pela direita perversa e extrema direita odienta.

    • “Não se pode esperar nada de bom de um legislativo dominado pela direita perversa e extrema direita odienta.”
      Donde se conclui que, a única coisa que presta é a esquerda amorosa.
      Pol Pot, Stalin, Fidel e Mao mataram de amores seus desafetos.
      Nélio Jacob e Loola vão distribuir pelo vasto vale de lágrimas doses cavalares do mais legitimo amor do socialismo beatificante.

      • Você é daqueles que acreditam no fantasma do comunismo, criado para dar medo aos patriotários,
        Se você não explicar o sentido do que é esquerda e direita, o que você escreve, não vale nada.
        Você sabe porquê Joe Biden, é considerado de esquerda? Você sabe quantos países democráticos tem governos de esquerda?
        Não confundir esquerda democrática com extrema esquerda , assim como não confundir direita com extrema direita.
        Você faz uma salada com as linha políticas, muito ao feitio dos bolsonaristas da extrema direita.
        Passa ontem e até nunca.

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