E surgiu muito barulho para abafar a sinistra afirmação de Barroso no congresso da UNE…

Luís Roberto Barroso

Barroso arregaçou as mangas e confessou o  partidarismo

Alexandre Garcia
Gazeta do Povo

O que merecia um simples registro ganhou manchetes e páginas sem fim, porque acontecera apenas dois dias depois da participação de um ministro do Supremo no congresso da UNE. No dia 12, quarta-feira, o ministro Luís Roberto Barroso afirmou, na UNE, que “nós derrotamos o bolsonarismo”.

Para a sorte dele, antes que a semana terminasse, na sexta-feira, dia 14, seu colega Alexandre de Moraes foi xingado no aeroporto de Fiumicino, em Roma.

PERDEU, MANÉ – A fala de Barroso complementa a de Nova York – “perdeu, mané, não amola”. O vitorioso que se gabava em Brasília já havia tripudiado de um derrotado em Nova York.

Presença inédita de um juiz do Supremo em congresso da UNE em que emoções expunham aquele que foi presidente da Justiça Eleitoral num período de preparo para a eleição presidencial de 2022, com o debate sobre segurança das urnas e o comprovante impresso do voto.

Aí, sobreveio um fato quase rotineiro, de apupos em aeroporto, em outro continente. Foi a oportunidade para desviar a atenção da opinião pública, saturando-a com o incidente de Fiumicino.

SEM IMPORTÂNCIA – Até então esse tipo de xingamento a autoridades não merecia mais que um registro discreto nos jornais do dia seguinte, para não estimular esse tipo de manifestação. Em geral, só aparecia nas redes sociais o vídeo colhido por algum circunstante.

Igualmente as redes registravam os aplausos, como os que recebiam o ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo em tempos do mensalão; e os vivas ao juiz Sergio Moro, condutor do inquérito da Lava Jato.

Ironicamente, o alvo em Roma foi justamente o ministro que, em julgamento em junho de 2018, sentenciou: “Quem não quer ser criticado, satirizado, fica em casa”

PROPOSTA DITATORIAL – Com tanta exposição do incidente, o Poder Executivo tratou de anular o estímulo para novas manifestações contra autoridades, e anunciou uma proposta não democrática para dissuadir os descontentes com a atuação dos servidores do público. Penas gigantescas de prisão para ataques a autoridades, ultrapassando até as penas de crimes gravíssimos.

O próprio presidente da República se encarregou de qualificar os supostos agressores de “animais selvagens” que deveriam ser “extirpados” – surpreendente para um país que não tem pena de morte.

Também surpreendente que o próprio tribunal que abriga o ministro em questão tenha assumido o caso, embora os supostos agressores não tenham foro no Supremo. Num caso de Justiça Federal de primeira instância, foi a última instância que reagiu, já negando a possibilidade de recursos. Foi a presidente do STF quem autorizou busca e apreensão no domicílio das pessoas investigadas. A Polícia Federal entrou no domicílio do casal Mantovani e levou documentos, celulares, computadores.

CONTAMINAÇÃO – O PSD de Gilberto Kassab também se contaminou com a caça aos “animais selvagens” e, sumariamente, expulsou Roberto Mantovani do partido, mesmo sem apurações conclusivas do episódio. O presidente da República, discursando no Sindicato dos Metalúrgicos, aprovou a expulsão sumária e lembrou que o expulso fora candidato a prefeito.

Não mencionou que a candidatura, em 2004, tinha o apoio de Lula e o vice era do PT. Depois, recomendou que, mesmo não gostando de alguém, não se deve xingar. Em seguida, qualificou Mantovani de “canalha”.

E não se constrangeu em revelar para uma plateia de metalúrgicos que havia avisado o chefe de governo alemão de que o suposto agressor de Moraes se diz representante de uma empresa alemã. E assim, escuta-se muito barulho para não se ouvir o discurso de Barroso na UNE.

(Artigo enviado por Mário Assis Causanilhas)

11 thoughts on “E surgiu muito barulho para abafar a sinistra afirmação de Barroso no congresso da UNE…

  1. Tentando o enobrimento “tapando-os” com uma rede feiticeira da malha 40,, o que quer dizer, deixam cada vez mais os rabos à mostra!

  2. É desanimador que alguém ainda dê atenção para o decano “conservador” ALexandre Garcia. Há muito tempo que esse sujeito perdeu qualquer credibilidade como jornalista – se é que teve algum dia.

  3. A matéria, tinha de ser enviada pelo Mário Assis Causanilhas, texto tipicamente bolsonarista.

    Os ministro do STF, principalmente Barroso e Moraes eram atacados e xingados pelos bolsonaristas, como os grandes inimigos do tosco.

    O que o ministro Barroso falou na reunião da UNE foi verdade, foi um desabafo por tudo que sofreu, até de fdp foi chamado durante o governo Bolsonaro.
    “Nós derrotamos o bolsonarismo”, foi a pura verdade que calou fundo nos sentimentos bolsonaristas de mentes envenenadas pelo bolsonarismo.

  4. E haja matérias e matérias – tempestades de areia -, para que o assunto mais candente do momento

    … e JAMAIS abordado por essa tribuna, até o presente momento:

    O ASSASSINATO de MARIELLE por membros do Escritório do Crime ligado umbilicalmente à familícia BOLSOmoro!

    Por mais que continuem a “passar pano” para criminosos milicomilicianos que consolidaram seu poder com a estadia de Praga Neto à frente do aparato de (in)Segurança do Rio de Janeiro – tudo inútil: a Verdade está cada vez mais escancarada:

    Todo miliciano é criminoso. E criminoso brutal e covarde.

  5. Desqualificar o Alexandre, de direita, é fácil lexicalmente.
    Mas o volume de pessoas que conseguem ver e criticar o atual Mecanismo.

    Essa bagaça não vai dar certo. Só pensam naquilo, exterminar os bolsonaristas. Sentem-se a expressão do bem, e tudo que se opõe ao Mecanismo são animais selvagens, justificando seu genocídio

    Está ficando cada vez mais patético o circo da democracia relativa. A Sociedade já está despertando.

    O povo nas ruas é a ultima instância

    Vamos botar o bloco na rua?

  6. É preocupante ver que a ênfase e análises não está nos conteúdos do texto, mas o ódio aos sobrenomes.
    É a volta daquela história. Dependendo do nome na capa do processo se dá a interpretação conveniente em relação ao seu conteúdo.
    Nem se disfarça mais.
    Tá tudo dominado.

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