Em uma década, o poder de compra do brasileiro diminuiu quase pela metade

Charge do André Félix (Arquivo do Google)

Pedro do Coutto

Ontem, um estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o poder de compra dos brasileiros diminuiu quase pela metade ao longo de uma década devido ao aumento nos preços dos produtos nos mercados, enquanto o salário médio anual permaneceu praticamente estagnado.

A análise aponta que a população agora adquire menos itens no mercado com o mesmo valor que gastava anteriormente, resultando na necessidade de desembolsar mais dinheiro para obter a mesma quantidade de produtos. É a prova de que os ganhos obtidos pelo trabalho perderam para a inflação e isso explica o altíssimo grau de inadimplência que atingiu os brasileiros.

AUMENTO – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, considerado a inflação oficial do país, apresentou um aumento de 88% ao longo de uma década. Em contraste, o salário médio anual dos brasileiros, considerando o 13º salário e as férias, registrou um aumento de aproximadamente 3% nesse período, passando de R$ 38.484,44 para R$ 39.604,44, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE.

O estudo destacou ainda que o volume de compras dos brasileiros diminuiu a cada ano desde 2013, abrangendo itens como mercado, aluguel, combustível, despesas pessoais, entre outros. Ao longo do tempo, tornou-se cada vez mais necessário cortar itens da lista de compras. É preciso que as promessas de campanha tornem-se efetivamente em ações concretas, tornando a corrida dos salários contra a inflação menos desigual, conforme observado ao longo dos últimos anos.

DESISTÊNCIA – O governador da Flórida, o republicano Ron DeSantis, anunciou no último domingo, a sua desistência da corrida presidencial de 2024 nos Estados Unidos. Ele manifestou apoio ao ex-presidente Donald Trump. O anúncio foi divulgado em um vídeo compartilhado nas redes sociais e causou surpresa, porque foi feito dias antes das primárias republicanas em New Hampshire, que aconteceram ontem.

DeSantis era um dos principais adversários de Trump para concorrer à indicação para disputar a Casa Branca em novembro pelo Partido Republicano. A sua saída deixa Nikki Haley, ex-embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, como a única rival significativa de Trump.

Na última semana, Trump havia vencido com folga as primeiras prévias para a disputa pela Casa Branca do Partido Republicano. Eleitores republicanos de Iowa, historicamente o primeiro a votar, escolheram Trump em uma vitória histórica. O problema agora se deslocará para o registro da candidatura de Trump pela Justiça, o que marcará uma questão essencial.

16 thoughts on “Em uma década, o poder de compra do brasileiro diminuiu quase pela metade

  1. Mestre Pedro, sempre atento, nas análises e com visão panorâmica dos dados das pesquisas.

    A redução do Poder de compra da população, é uma ameaça a pujança do Capitalismo. Revela, um empobrecimento do povo em larga escala.

    Enquanto os preços sobem em escala geométrica, os salários sofrem perdas, ano após ano.

    Nesse década, estudada pelo IBGE, desde 2013 até 2023, tivemos o governo Dilma Rousseff, governo Michel Temer, governo Jair Bolsonaro e um ano de governo Lula.

    Dilma Rousseff e Michel Temer, não conseguiram alavancar a Economia. Os dois praticamente manteram os aumentos do salário mínimo, dentro dos limites inflacionários.
    Aprovaram Reformas da Previdência e Temer aprovou a Reforma Trabalhista retirando direitos dos trabalhadores e inviabilizou economicamente a estrutura dos Sindicatos. De lambuja, deixou encaminhada no Congresso, a Reforma Previdenciária para Bolsonaro assinar em 13 de novembro de 2919.

    Os quatro anos de governo Bolsonaro, foram um desastre de maneira geral para os trabalhadores. Em determinado ano, aumentou o salário mínimo em 12 reais. Isso foi aumento?
    O capital levou tudo, o trabalho nada.
    Os quatro anos do governo Bolsonaro, ampliaram a desigualdade histórica no país, entre ricos e pobres. Nenhuma novidade, foi para isso, que foi eleito.

    Essa política da direita extremada, voltada para reduzir o poder de compra do trabalhador, retirando drasticamente os direitos da Política do Bem Estar Social, revela uma incompreensão dos fins do Capitalismo, calçado na simbiose: Compra e Venda.

    Com salários aviltados, o trabalhador consumidor não vai as compras, então, a Economia cai na estagnação. O Comércio patina e a Indústria brasileira caminha para o extermínio. Os produtos importados da China, principalmente, da Europa e dos EUA relega o país, a se transformar em nação essencialmente exportadora de produtos primários e dependente da importação de produtos de alto valor agregado.

    A situação tende a se manter conforme a pesquisa dos últimos 10 anos, desde 2013. Por que? Porque, saiu hoje a notícia do aumento, aprovado pela ANEEL ( Agência Nacional de Energia Elétrica), das tarifas de energia elétrica no patamar de 5,6% para o ano de 2024, na qual a projeção da inflação foi estimada em 3,68%.
    Aumento das tarifas de energia, para Distribuidoras privadas prestadoras de péssimo serviço ao consumidor, tanto a LIGHT no Rio, quanto a ENEL em São Paulo.

    Podem esperar, os aumentos das Tarifas de Água e dos Planos de Saude, estes em mais de 10%. Quem aguenta suportar ano a ano, esses aumentos abusivos?

    As Agências Reguladoras, criadas no governo FHC, se transformaram em Sindicatos das empresas privadas. Podem apostar, não contribuem em quase nada em defesa do consumidor.

    Depois reclamam, quando a Recuperação Judiciai, sinônimo de falência, abundam no país. Os exemplos da LIGHT e das AMERICANAS é um belo exemplo.

  2. A candidatura de Nikki Haley nas prévias do Partido Republicano concorrendo com o ogro Donald Trump, não tem nenhuma perspectiva de vitória. Haley entrou no páreo patrocinada pelas correntes conservadoras dos Republicanos, que odeiam Trump, um político personalista e perigoso para a América, pelo seu viés golpista e ditatorial.
    Os clã da família Bush e do governo Reagan, tentaram emplacar Haley, porém, acho muito difícil a vitória da ex governadora da Califórnia.

    O governador da Flórida, Ron de Santis, desistiu das prévias, diante da primeira derrota. Trata-se de um covarde, um político menor. Ponto para Haley, que já declarou ir até o final na disputa. Quem vai acreditar nesse Santis, nas próximas disputas eleitorais, nessa manifestação de fraqueza explícita?

    O que se avizinha na América é um repeteco da polarização extremada entre Trump, 78 anos e Biden, 81 anos. Os Partidos Políticos se tornaram reféns de figuras personalistas em todas as partes do globo terrestre. O individualismo se tornou regra geral em detrimento do coletivismo. O que importa é enriquecer e alavancar a família e os grupos políticos aliados. O povo se tornou massa de manobra das Igrejas, do Agro, das Bancadas da Bala, Tiro e Bomba e do Estamento Militar. Esse caldo da tragédia vai destruir os Estados Nacionais.
    Vejam só, a maior Democracia do Mundo, os Estados Unidos da América estiveram a um passo de um Golpe de Estado. Ocorreu um repeteco no Brasil no dia oito de janeiro.

    Personalidades dos EUA, Instituições do Estado, do Judiciário e das Empresas Privadas, além dos Movimentos Sociais, estão manifestando preocupação com a possibilidade de vitória de Donald Trump em outubro deste ano.

    O mundo treme, com essa possibilidade real. Precisamos orar todos os dias, para Joe Biden vencer as eleições presidenciais.
    Alea jacta est.

    • Caro Roberto Nascimento,
      cheguei à conclusão de que a maioria da população gosta de um fascismo leve.

      Globalização, pautas identárias, liberalismo, imigração, direitos humanos, por exemplo, são temas que não devem ser impostos de cima para baixo.

      Qualquer político deveria perceber isso. Trump explora esses temas, defendendo pautas nacionalistas na economia e repudiando a imigração.

  3. Trump, Netanyahu, Bolsonaro e agora Milei são um espinho de peixe atravessado na goela do esquerdismo.
    Perdem a razão mas não perdem a narrativa.

  4. Sr. Pedro

    E a picanha só ficou no discurso de campanha.

    “o povo vai comer aquela picanha, com aquela gordorinha passada na farinha tomando umas cervejinhas.”.

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