Resultado das pesquisas registra queda da popularidade e deve preocupar Lula

Lula é aprovado por 38% e reprovado por 30% em cenário estável

Pedro do Coutto

O resultado das pesquisas feitas pelo Ipec e pelo Datafolha, publicada na edição desta sexta-feira de O Globo, revelam dados que devem preocupar o presidente Lula e levá-lo às mudanças de rumo e da equipe ministerial. Um dado assinala um problema maior: 57% da opinião pública consideram que o presidente da República, nos seus primeiros 11 meses de governo, fez menos do que se esperava ser realizado.

O número revela uma tendência que Lula necessita reverter, sobretudo para cumprir os compromissos assumidos na campanha eleitoral. A aprovação de seu governo continua positiva com 38 pontos, mas examinando-se a situação anterior há uma queda de dois pontos e, ao mesmo tempo, há um aumento dos que consideram o governo ruim e péssimo.

TENDÊNCIA – O Datafolha e o Ipec coincidem e, portanto, não adianta brigar com os números ou contestá-los, mas sim estudá-los à luz das ações que o governo terá que concretizar. O declínio registrado nos números assinala uma tendência contra a qual só os fatos positivos podem resolver. As ações externas do presidente da República e suas viagens internacionais têm se multiplicado na mesma proporção dos problemas.

Agora, por exemplo, as questões aumentam com as ameaças da Venezuela à Guiana. Além disso, há o problema de comunicação do governo. A divulgação dos fatos positivos não tem sido boa. Não se trata de publicidade apenas, mas da forma convincente  da comunicação e de problemas como os avanços e recuos na área dos combustíveis. Um dado que chama atenção é que a avaliação negativa do governo cresceu cinco pontos nos últimos meses.

VIAGENS – Um aspecto a ser considerado, conforme comentado no programa “Em Pauta” da GloboNews, é o de que as viagens do presidente Lula pelo país são muito menores que suas viagens ao exterior. A impressão que isso deixa é a de que a atenção presidencial está mais voltada para o plano externo do que para as questões brasileiras existentes nos estados e nos municípios. Outro aspecto que certamente pesou bastante está na violência crescente, sobretudo no Rio e em São Paulo, como se constatou nos últimos dias.

O relacionamento do Executivo com o Legislativo está feito em bases de trocas na medida em que projetos importantes têm que ser aprovados. A articulação política do governo apresenta deficiências.

INVESTIDA – O plano internacional encontra-se cada vez mais denso, sobretudo com a investida da Venezuela contra a Guiana e as ameaças claras dos Estados Unidos apoiando a Guiana contra Maduro. Não é coincidência a presença de forças militares americanas em manobras conjuntas com aquele país.

Problemas não faltam, e soluções estão ainda por vir. O contexto interno e externo produziu reflexos negativos para o governo brasileiro. E a insatisfação aumenta com o crescimento da falta de estrutura nas áreas urbanas. O Rio de Janeiro é um espelho dos acontecimentos.  A TV Globo mostrou episódios verificados em Copacabana e a sensação transmitida é de insegurança.

9 thoughts on “Resultado das pesquisas registra queda da popularidade e deve preocupar Lula

  1. O primeiro ano de governo costuma ser a Lua de Mel máxima com os donos dos meios de comunicação.

    Os gastos diretos e os valores indiretos com marketing e propaganda propiciaram um ambiente de bajulação e apoio quase incondicional a tudo.

    A pauta dos direitos das mulheres e Maria da Penha foi uníssona em todos os partidos e, apesar de justa na maior parte dos casos, esconde pilantragens, golpes, estelionato e extorsão contra homens desconhecidos, sem nenhuma relação íntima de afeto, casados, que não se enquadram na Lei, mas que são caluniados e difamados, junto com sua família, tudo para extorquir inocentes com o apoio de organizações criminosas disfarçadas de ONGs.

    As pessoas com deficiência, os idosos, os negros e pardos e imigrantes vítimas de racismo estrutural, as crianças vítimas das verdadeiras violências ficaram esquecidas em meio a essa generalização e euforia que explora as vítimas para lucrar contra inocentes nos casos fake.

    É isso que desmoraliza e descredibiliza o projeto, que tende a se desgastar com a infiltração de estelionatários.

    Convenhamos: o que foi feito de efetivo e concreto em defesa das verdadeiras vítimas?

    Elas estão desamparadas porque não há um filtro que separe o joio do trigo.

    Há uma epidemia de falsas violências domésticas, visando ao estelionato e à extorsão de altas quantias do patrimônio, contra pessoas casadas, caluniadas, desconhecidas e que jamais tiveram ou teriam qualquer relacionamento com as caluniadoras.

  2. Se a economia desandar o babalorixá de banânia será arrancado do palácio sem dó nem piedade pelos “amigos” do centrão. Os banqueiros, o agro a FIESP e o mundo político preferem negociar com o Alckmim que fará caso assuma uma privatização geral além das reformas administrativa e previdência 2. A economia ditará os rumos da nação.

  3. Pedro do Coutto acertou em dizer que há falta de comunicação do governo.
    A maioria do povo não leva em consideração que em 11 meses o governo não pode resolver os inúmeros problemas deixados pelo governo anterior e enumera-los. O governo não pode ficar só na defensiva.
    Só, se pode cobrar resultado do governo Lula a partir do segundo ano de seu mandato.
    Assim que Brizola assumiu o primeiro mandato como govenador do RJ, quinze dias depois a direita e a mídia já estavam cobrando o resultado de seus projetos.
    A direita no Brasil sempre foi impertinente.

  4. Primeiramente, ressalto o primor da análise do mestre Pedro do Couto, esmiuçando o resultado das recentes pesquisas de opinião sobre os 10 primeiros meses do governo Lula. Desde que conheço, Pedro do Couto, sou obrigado a reconhecer sua expertise na análise isenta das pesquisas eleitorais. É o melhor dos melhores. Um guia a ser seguido. Mergulho nas suas pegadas, rumo a saída do labirinto.

    O primeiro ano, de qualquer governo, é sempre difícil. O governo anterior arma toda sorte de dificuldade. Então, desarmar as minas colocadas no caminho é a tarefa principal. O povo sente, que as medidas voltadas para a melhoria das condições de vida, são lentas e tende a comparar o atual com o anterior.

    O resultado está estampado nos gráficos das pesquisas, com a boca do jacaré se fechando. Como bem disse Pedro do Couto, a conjuntura internacional, tem sido um obstáculo para o Brasil. Primeiro a invasão da Ucrânia pela Rússia, depois a guerra de Israel contra o grupo terrorista Hamas, na Faixa de Gaza. A China o motor econômico do mundo há duas décadas, desacelerou e reduziu seus investimentos na América do Sul e importação de commodities brasileiras.
    A vizinha Argentina, mergulhada em grave crise econômica, também reduziu as importações do Brasil.
    Para piorar o quadro ruim e feio, Nicolas Maduro, o ditador da Venezuela, resolve ameaçar a Guiana, com invasão e anexação do território de Essequibo, rico em petróleo e minerais raros.

    Se de fato ocorrer, o que o Ditador pretende, a liderança do Brasil na América do Sul vai se evaporar na esteira do tempo. As manobras militares conjuntas, das tropas americanas e da Guiana, indicam que os EUA vão defender o território da Guiana e aproveitarão para bombardear Caracas e assim, apear do Poder definitivamente, o ditador venezuelano.
    O governo Biden, vai agradecer eternamente Maduro, pois uma rápida intervenção na Venezuela, vai proporcionar a reeleição do presidente Joe Biden no ano que vem.
    Bush pai e Obama, destruíram o Iraque e a Líbia. Saddan Hussein foi enforcado em praça pública depois de ser encontrado em um buraco. Muamar Kaddaf estava escondido numa tubulação no deserto da Líbia, próximo do Sudão para aonde pretendia fugir dos Drones assassinos dos americanos. Foi achado, capturado e morto no local, com requintes de crueldade junto do filho mais velho. Tratou-se de uma carnificina. Hoje a Líbia está sem governo. Duas milícias armadas lutam pelo Poder central. Uma apoiada pela Itália e a outra pela França.
    Ninguém liga a mínima, pelo drama do povo da Líbia.

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