Ultradireitista terá que provar que promessas serão viáveis
Pedro do Coutto
O candidato de oposição, Javier Milei, venceu com uma grande margem as eleições na Argentina e o seu desafio é executar, na prática, os projetos que verbalizou na campanha e que entusiasmaram os eleitores e as eleitoras daquele país. Foi uma ruptura com a política tradicional. O problema está na execução concreta de suas metas, difíceis de alcançar e que o seu eleitorado espera ver concretizadas.
Muito boa a reportagem de Janaína Figueiredo, O Globo, nesta segunda-feira, sobre o desfecho da eleição argentina. Sergio Massa, imediatamente, reconheceu a sua derrota, cumprimentou o vencedor e assim deu um passo para o fortalecimento democrático. Milei terá dificuldades para formar maioria na Câmara, pois o partido que com ele venceu nas urnas tem uma representação muito pequena no Parlamento.
FIM DO BC – Porém, a questão central não é apenas essa, mas a execução de ideias que impulsionaram o eleitorado nas urnas, como por exemplo o fim do Banco Central. Aliás, nesta segunda-feira, acompanhei pela GloboNews, Milei voltar a afirmar que pretende extinguir o Banco Central.
O problema da política não é somente impor a derrota aos adversários. Claro que ele o fez em relação ao peronismo e chegou à vitória. O governo encontrava-se desgastado porque Alberto Fernández e Cristina Kirchner não conseguiram participar da campanha tamanha a rejeição que despertavam nos eleitores.
A inflação atingiu mais de 140% ao ano, em 2023, mas ela vem se acumulando no tempo e aumentou a pobreza no país. A economia desandou, a concentração de renda se ampliou. Foram fatores que levaram Milei à vitória, e cujo desempenho na campanha foi marcado por atitudes insólitas cuja realização se tornou o desafio para si próprio.
REAÇÃO – Há uma longa tradição peronista na Argentina que vem desde 1948. O desempenho dos governos de Cristina Kirchner e Alberto Fernández despertou uma reação negativa na população. O povo foi às urnas contra uma situação que, no fundo, interpretava como a hipótese de uma continuidade no caso de vitória de Sergio Massa.
A posse será em dezembro. Nesse período curto, Milei terá que formular um programa de governo, com ações concretas e que não podem se limitar às expressões entusiasmadas. É preciso ir ao encontro dos eleitores. A política é assim, um instrumento de construção. Começa um novo período na América do Sul, sem dúvida. Sobretudo no relacionamento com o Brasil em função das próprias afirmações feitas durante a campanha de Milei em relação ao presidente Lula da Silva. Um ponto de interrogação marca o próximo encontro do Mercosul.
CONSCIÊNCIA NEGRA – Ontem, Dia da Consciência Negra, data fundamental para o país, para os brasileiros e brasileiras. Cada vez maior, a integração racial representa um avanço na vida de todos e no relacionamento entre os seres humanos.
O sangue negro está presente na maioria da população brasileira e, olhando-se pelo retrovisor do tempo, verifica-se que os avanços são extraordinários. Não somente no esporte e na arte, mas em todos os campos da atividade humana. Aliás, a inclusão representa o reconhecimento de que na essência da vida só existe uma raça: a humana.
Lá, como cá, não foi o adversário que ganhou. Os erros de um governo foram castigados pela maioria. Lições serão apreendidas ou os equívocos continuarão? Vejam a manchete e a matéria do Clarín: https://www.clarin.com/opinion/gano-ultraderecha-trono-escarmiento_0_X2ArHrXNMb.html?fbclid=IwAR0ZUHVU0FHxM_2nKj5yppAB7mGc_HsSy1xYsATmM8jCCy2F7Cod0QJW85g
Parabéns, hermanos! Além de campeões da copa do Mundo, souberam escolher o seu presidente. Agora será a luta contra a sabotagem dos criminosos da esquerda, como fizeram com Bolsonaro. Espero que Milei não seja tão bonzinho como Bolsonaro e jogue fora das quatro linhas. Com bandidos não se deve jogar limpo.
Bom vídeo. De quem é a culpa da situação? https://p.dw.com/p/4Y3eb
Mais uma vez, a baleia molestada pelo Bolsonaro, não comparece na comissão de Segurança Pública; cometendo assim, mais um crime de responsabilidade. Até quando isso será tolerado?
Dino não comparece à audiência na Comissão de Segurança Pública
https://www.youtube.com/watch?v=lHnjK5x4C-U
Só para lembrar. O maior sabotador do Bolsonaro, foi ele próprio.
Votei nele em 2018, pelas bandeiras defendidas por ele, como a continuidade do combate a corrupção entre outras.
Logo rasgou-as e jogou-as no lixo.
Traiu pessoas próximas como o advogado Bebiano que morreu de desgosto.
Traiu o Gal Santos Cruz, amigo de décadas.
Traiu o Sergio Moro, tirando seu apoio ao projetos propostos pelo mesmo.
Traiu a população brasileira ao negar a ciência e não comandar o combate a covid.
Traiu…Traiu….Traiu….
Finalmente, teria que estar no 08 de janeiro na praça dos três poderes, para o que desse e viesse mas, preferiu se esconder nos States.
Não consigo entender que existam ainda adoradores do “minto”.
Da mesma forma como não entendo o mesmo para o “nine fingers”.
Estamos ‘fritos e farinhados’.
A realidade começa a dar as caras e ela vem para todo mundo, não poderia ser diferente para o novo presidente da Argentina, eleito no domingo, aquele, que confessou falar com seu cachorro morto todos os dias, o nome dele é Javier Milei.
Milei se encontrou com o atual presidente argentino, para conversarem sobre a transição de governo. De cara exigiu que Sanches, tomasse medidas econômicas antecipadas, o que foi negado. O clima azedou entre ambos.
A noite, Milei mudou a postura e Sanches concordou com a mudança do câmbio para os exportadores.
Não havia necessidade de antecipar nada, porque em duas semanas, em 10/12/23, Milei tomará posse.
A dolarização da Economia, proposta do candidato, vai mergulhar o país rumo ao desconhecido. As commodities argentinas se tornarão caras demais no mercado. Prejuízo a vista para os exportadores.
Abandonar o MERCOSUL seria outra tragédia para a Argentina. Significa, que se quiser exportar para o Brasil, o setor produtivo argentino terá que pagar tributos de exportação, hoje, não paga nada.
Atacar a China, tem sido o maior tiro no pé de Javier Milei. A China investe na Argentina, muito mais do que no Brasil, além de comprar carne, soja e trigo dos produtores Los hermanos. Se a China cair fora, a Economia da Argentina desaba de vez e tem um componente que agrava o quadro: a dúvida externa da Argentina com a China é monstruosa. E se os chineses cobrarem?
Não basta querer fazer, é preciso ponderar, se é possível fazer.
Milei tem ressaltado sua vontade de reduzir o tamanho do Estado e para isso, declarou que vai privatizar todas as empresas estatais. A primeira na agulha de Milei é a Petrobrás Argentina, a YFP, que já foi privatizada no governo Meném e reestatizada no governo Cristina Kicheners. Sem noção nenhuma, das responsabilidades de cada Poder, disse que vai entregar a Petroleira Argentina para a Aerolíneas Argentinas administrar. O Executivo precisa do aval do Legislativo para vender ou entregar em concessão, as empresas estatais. Milei não tem maioria no Congresso, então, como fazê-lo?
É preciso prestar atenção, no que tem dito, os auxiliares de Milei. Dias atrás, a vice presidente eleita, que exercerá a presidência do Senado argentino, declarou que a Argentina só sairá do buraco com um governo tirano. Ora, se eles pensam realmente nessa hipótese trágica, teriam que combinar com as Forças Armadas. Os militares argentinos como os brasileiros, não querem mais entrar em confusão e desgastes com o povo. A Ditadura Argentina matou muitos cidadãos. O presidente general Videla foi preso e morreu na cadeia. Foi muito doloroso para o povo e os militares, no antes e no depois.
Outro auxiliar, um economista, foi mais além, ao dizer, que se a Gestapo fosse comandada pelos argentinos, ao invés dos alemães, não teria ocorrido o holocausto, porque os argentinos são corruptos e preguiçosos. Trata-se de uma fala absurda, e extemporânea, que desconhece a dor dos familiares dos judeus, massacrados orla máquina de guerra genocida dos partidários de Hitler. Se esse economista for nomeado para qualquer cargo, significa que Milei concorda com a tese terrível.
O Brasil precisa se preparar para o pior. Líderes messiânicos, malucos, doidos de pedra, como esse Milei, quando advém uma monstruosa crise, costumam levar seus países para uma guerra externa, de modo a unir a nação e sair do labirinto, que eles mesmo armaram. Lembro do general de olhos azuis, o presidente Galtieri, que resolveu tomar as Ilhas Malvinas da Inglaterra na expectativa de mudar o rumo do governo. A Inglaterra declarou guerra, expulsou os argentinos da Ilha, chamados pela Inglaterra de Ilhas Falkland, humilhando a Marinha Argentina.
Lógico, que Milei não vai querer enfrentar um inimigo tão poderoso, como a Inglaterra ou a China. No entanto, o Rio Grande do Sul está pertinho da fronteira Argentina. Qualquer incidente, por menor que seja, pode ser o estopim deflagrador de uma guerra no Cone Sul. Milei não tem compromisso com o Estado Argentino, só pensa nele mesmo e só. Será um desastre.
Todos os políticos, aqui no Brasil, que levantaram a bandeira do Estado Mínimo, fracassaram.
A situação do povo piorou, a medida que o Estado foi sendo retirado das suas funções de mediador entre os ricos e os pobres.
A primeira medida, que o governante eleito com essa Bandeira da redução do Estado e privatizar tudo que é possível.
O resultado está aí, a vista de todos: mais de 10 dias sem luz e alimentos apodrecendo em São Paulo, por culpa da incompetente distribuidora de Energia Elétrica, a cargo da empresa italiana ENEL.
Hoje ficamos sabendo, que a mesma tragédia está acontecendo em Niterói e São Gonçalo. Desde sábado, moradores das cidades estão sem luz. Que empresa distribuidora é essa? Acertou quem disse: ENEL. Incrível, é a mesma empresa. Qual o milagre da ENEL ganhar todas as licitações?
Na capital do Rio de Janeiro, a LIGHT, distribuidora de energia elétrica privada, presta um atendimento sofrível, além de estar a beira da falência, com uma dívida de 11 bilhões de reais.
Nenhum desses políticos messiânicos, prometem a redução dos privilégios do Legislativo, do Executivo e do Judiciário.
Por exemplo: precisa de 500 deputados e 81 senadores? Pode ser reduzido a metade. Seria uma bela economia.
Férias de noventa dias para juízes. Um absurdo. Pode ser reduzido o período para 30 dias, igual a todo trabalhador brasileiro, além da exclusão de privilégios como auxílio paletó, auxílio moradia. Somente o pagamento de salário, como todo trabalhador.
E no Executivo, tem medidas simples, que geraria uma economia gigantesca, começando pela redução dos ministérios pela metade, sem o penduricalho das Secretarias. Percurso de Brasília para os Estados, somente em voos comerciais. Nada de avião da FAB. Somente o presidente e o vice poderiam usar os aviões da Aeronáutica.
Por que não fazem nada disso? Porque é mais fácil cortar na carne tô povo trabalhador.