Marco temporal acirra briga de Congresso com Supremo, que está apenas começando

Pacheco: brecha da reforma para estado criar imposto gera insegurança

Mineiramente, Pacheco dá uma aula de política em Lula

Carlos Newton

Sempre dizemos aqui na Tribuna da Internet que o jornalismo político é tão manipulado que requer tradução simultânea, porque as aparências realmente enganam. Vejam o caso do veto do presidente Lula da Silva ao marco temporal para demarcação das áreas indígenas, que está em vigor há 35 anos, desde que a Constituição Federal foi outorgada por ULysses Guimarães, mas agora o Supremo e governo resolveram mudar as regras, para agradar aos indígenas e à opinião pública mundial.

Sinceramente, o Supremo tem feito tantas trapalhadas que dá margem a que se questione o notório saber desses ministros. Qualquer pessoa com um mínimo de bom senso percebe que é necessário haver um marco temporal, caso contrário os indígenas podem se sentir no direito de reivindicar quaisquer terras, pois eles eram os donos de tudo, e todo dia era dia de índio, como diz Jorge Benjor.

DEPOIMENTO PESSOAL – Nesse ponto, permitam um depoimento pessoal. Na Constituinte, trabalhei muito pelos direitos dos indígenas, levei 18 dos maiores caciques do país, inclusive Davi Yanomami, para conversar com o relator Bernardo Cabral e o presidente Ulysses Guimarães.

Junto com o jornalista Gastão Neves, sobrinho de Tancredo, redigi as emendas dos interesses dos indígenas e conduzimos o grupo de pressão que conseguiu aprovar todas elas, inclusive o marco temporal e o aproveitamento econômico das reservas indígenas, que eram defendidos pelos caciques, que sonham em tirar as tribos da miséria.

Depois da entrada em vigor, não cabia contestar, apenas o Congresso regulamentar, ressalvando que o marco temporal só não valeria para as tribos cujos limites das terras já não estivessem sendo discutidos na justiça pelos indígenas. Apenas e simplesmente isso. Não há outra “regulamentação”.

SUPREMO EXTRAPOLOU – Portanto, não cabia ao Supremo dar pitaco na questão e declarar uma ridícula inconstitucionalidade de um dispositivo originário da Constituição, vejam a que ponto de esculhambação chegamos no STF.

Justamente por isso, o Supremo agiu certo ao confirmar o marco temporal, que o presidente Lula da Silva, do alto de sua ignorância sesquipedal (como dizia João Figueiredo) agora veio a vetar.

Lula e Bolsonaro se equivalem. Ambos ignorantes e pessimamente assessorados. Com esse veto imbecil, Lula desagradou à maioria do Congresso, que vai rejeitar a decisão do presidente e mostrar que este país ainda não tem dono.

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P.S. 1
Quanto aos ministros do Supremo, o despreparo deles é impressionante, somente comparável à vaidade que exibem. O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, que é advogado e comanda um dos maiores escritórios de Minas Gerais, está prestando um serviço à nação ao enfrentar o Supremo. É preciso respeitar o equilíbrio entre os poderes, caso contrário não existe democracia. E por isso la nave va, cada vez mais fellinianamente. (C.N.)

7 thoughts on “Marco temporal acirra briga de Congresso com Supremo, que está apenas começando

  1. Quero ver com que cara os defensores do marco temporal que atinge os indígenas e o meio ambiente vão ficar quando o STF decidir que o marco temporal é inconstitucional.

  2. Pelo sim ou ou não, Pacheco está claramente “aparecendo” para depois se candidatar à presidência! Está na cara! Oportunismo puro,,,

  3. belo e vigoroso artigo. newton não torce nem chuta. escreve com sólidos e irretrucáveis argumentos. arranca rabo congresso-stf será delicioso. aqueles que exibirem mais vigor demagogo, recalcado e hipócrita, vencerão a batalha. de coices e cretinices.

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