Lula diz que embargo dos EUA a Cuba é ilegal e pede industrialização sustentável

Análise: A cortina que encobre a viagem de Lula a Cuba

Lula volta a atacar os americanos, antes de visitá-los

Aline Gouveia
Correio Braziliense

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcou para Cuba e participa da Cúpula G77 + China. Durante discurso neste sábado (16/9), o chefe do Executivo brasileiro criticou o embargo econômico imposto pelos Estados Unidos ao país cubano há 60 anos. Segundo Lula, a medida é ilegal.

“Cuba tem sido defensora de uma governança global mais justa. E até hoje é vítima de um embargo econômico ilegal. O Brasil é contra qualquer medida coercitiva de caráter unilateral. Rechaçamos a inclusão de Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo”, disse o presidente.

REAPROXIMAÇÃO – As críticas de Lula ocorrem em meio a reaproximação do Brasil com Cuba. Na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), as relações com o país cubano foram cortadas. O petista pretende retomar as negociações para o pagamento de uma dívida bilionária que Cuba tem com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)  — que emprestou recursos para a construção do Porto de Mariel.

A dívida equivale a cerca de R$ 2,6 bilhões. Cuba espera que o Brasil seja flexível na cobrança desse valor. Também há a possibilidade de nova ajuda do governo brasileiro ao país cubano.

Lula exaltou a diversidade do G77, composto por 134 países. Na avaliação do petista, a governança mundial segue assimétrica. “Nosso grupo corresponde a 79% da população mundial e 49% do PIB global em paridade do poder de compra. Há quase 60 anos, tem sido um vetor de importantes mudanças nas instituições multilaterais”.

NOVA ORDEM – “O G77 foi fundamental para expor as anomalias do comércio global e para defender a construção de uma Nova Ordem Econômica Internacional. Infelizmente, muitas das nossas demandas nunca foram atendidas”, ressaltou Lula.

Ainda de acordo com o presidente, é necessária uma união comum que considere as preocupações dos países de renda baixa e média, além de outros grupos mais vulneráveis.

“Nos últimos anos, tivemos um aumento na proporção do PIB mundial investido em pesquisa em desenvolvimento. Mas essa elevação não ocorreu de forma uniforme. A América Latina e o Caribe e a África subsaariana foram na contramão dessa tendência. Outras desigualdades persistem. É desanimador que as mulheres perfaçam somente 31% do total de pesquisadores”, exemplificou Lula.

DUAS TRANSFORMAÇÕES – Ao longo do discurso, Lula também pontuou que o mundo vive duas grandes transformações: a revolução digital e a transição energética. Para o presidente, embora a tecnologia tenha gerado diversos avanços, ela também representa ameaças.

“Grandes multinacionais do setor de tecnologia possuem modelo de negócios que acentua a concentração de riquezas, desrespeita leis trabalhistas e muitas vezes alimenta violações de direitos humanos e fomenta o extremismo”, afirmou.

Entre os riscos possivelmente impostos pela tecnologia, Lula apontou a perda de privacidade, uso de armas autônomas e viés racista de algoritmos. Ainda sobre o aspecto tecnológico, o presidente citou o projeto de Diretrizes Globais para a Regulamentação de Plataformas Digitais da Unesco. Para ele, é necessário traçar estratégias para coibir a disseminação de conteúdos que contrariem a lei ou ameacem a democracia e os direitos humanos.

MEIO AMBIENTE – Sobre transição energética, Lula destacou ser necessário aproveitar a biodiversidade do país, “com repartição justa dos benefícios, resguardando a propriedade intelectual sobre nossos recursos e conhecimentos tradicionais”. Ele também defendeu a industrialização sustentável, investimento em energias renováveis, na socio-bio-economia e na agricultura de baixo carbono.

“A emergência climática nos impõe novos imperativos, mas a transição justa traz oportunidades. Com ela, podemos ter ar mais limpo, rios sem contaminação, cidades mais acolhedoras, comida de qualidade na mesa, empregos dignos e crianças mais saudáveis”, discursou.

Lula também voltou a afirmar que os países em desenvolvimento não têm a mesma “responsabilidade histórica” sobre as mudanças climáticas do que os países ricos. “O princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas permanece válido. É por isso que o financiamento climático tem de ser assegurado a todos os países em desenvolvimento, segundo suas necessidades e prioridades. No caminho entre a COP28, em Dubai, e a COP30, em Belém, será necessário insistir na implementação dos compromissos nunca cumpridos pelos países desenvolvidos”, frisou.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Em seguida, Lula vai encontrar Joe  Biden, que deve estar satisfeitíssimo com o presidente brasileiro, por ter classificado de “ilegal” o embargo norte-americano a Cuba. (C.N.)

19 thoughts on “Lula diz que embargo dos EUA a Cuba é ilegal e pede industrialização sustentável

    • É lógico que esse projeto de Estado policial e justiceiro, só pode ser sustentado em regimes totalitários como Cuba.

      Como essa turma tem a coragem de dizerem-se sacro defensores e repositórios da Democracia?

  1. Esse canalha ainda é admirado pela essa corja da imprensa desse consórcio louco que não tem mais a menor ideia de quando vão sair dessa loucura. Mas tem mais tem a pocilga a pocilga. Agora eu quero dizer aqui eu não sou robo, não não sou. Meu nome é Gregório Abrantes de Lacerda eu não tenho medo desses que não se identificam que usam apelido que usam codinome.

  2. O Congresso deve urgentemente votar uma Lei tornando penhora disñonibilizada todo o bem averiguado pelo TSE, quando do registro e no exercício atividade pública de todo e qualquer “alçado”, como garantia de ressarcimento, caso ROUBE o erário!
    Sujeito à acréscimos!

  3. O Totem, que queria ser liderança internacional, tem a proposta de solucionar os grandes conflitos com uma rodada de cerveja num boteco.

    “O cara” tem a ilusão de que a China vai brigar com o avanço tecnológico e científico dos EUA pra catapultar os países do quinto mundo condenados ao atraso e ao clepto-patrimonialismo.

    https://www.correiobraziliense.com.br/mundo/2023/07/5107873-base-mais-solida-na-relacao-china-x-eua-afirma-janet-yellen.html

  4. O embargo à Cuba é ilegal.
    Fundamentado em fontes fidedignas e através de método comparativo (com países em situação semelhante) , não há como não perceber que há uma discrepância.
    Ainda, provavelmente a Rússia fará o mesmo com a Ucrânia, se um pode o outro também se achará no direito de fazer o mesmo.
    Quando o assunto é esse, percebemos que é apenas uma estratégia de marketing para impulsionar a rede e monetizar e/ou manter a massa ignara quente e alimentada.
    Ódio para essa escumalha é como pão.
    Basta ver o nível dos argumentos acima.

  5. A vitória da revolução cubana foi consentida pelos EUA já que o Fulgencio Batista, não agradava mais. O embargo dos EUA contra Cuba foi o castigo por Fidel Castro ter encampado as empresas em posse de americanos, principalmente as usinas de açúcar.
    Esse embargo, fez com que Cuba contasse com a ajuda da Rússia para poder sobreviver.
    Resistir a um embargo durante 60 anos, é preciso que o líder e o povo tenham fibra de patriotas.

    • Patriota, é aquele que quer o melhor para o país e para seus semelhantes, o que difere de “partidários idólatras” de qualquer enganadora “fatia”!
      Pensar Brasil!

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