Julgamento no STF precisa ser “página virada” após extremismos, diz Barroso

Barroso fala ao microfone, em pé, em púlpito com um telão ao fundo

Barroso parece que acordou e agora defende uma conciliação

Leonardo Augusto
Folha

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso afirmou nesta sexta-feira (15) em Belo Horizonte ter a vontade de que os julgamentos relativos ao 8 de janeiro na corte sejam “uma página virada” na história do país. Barroso, que assume a presidência do STF no próximo dia 28, foi homenageado na capital mineira pelo Ministério Público de Minas Gerais.

“Tenho muita vontade de que esse conjunto de julgamentos, mais de duas centenas de casos, possa ser um momento de virada de página na história brasileira”, disse ele a jornalistas após a homenagem.

SEM INTOLERÂNCIA – O ministro afirmou que não falaria sobre casos específicos relativos aos ataques de 8 de janeiro que tramitam no Supremo.

“De modo que eu tenho esperança que, após esse julgamento, esse passado de intolerância, de agressividade possa ficar para trás. E que a gente recupere um senso de integridade, civilidade, em que as pessoas que pensam de maneira diferente possam sentar à mesa e discutir as suas ideias sem agressão, sem desqualificação, sem intolerância. Acho que estamos precisando disso no Brasil”, acrescentou.

Barroso, que recebeu o Grande Colar da Medalha de Mérito do Ministério Público do estado, a principal honraria da instituição, fez um discurso sobre a necessidade de pacificação do país.

“O mundo todo viveu um momento de certa perda de credibilidade da democracia. E o Brasil não escapou desse processo histórico. Essa onda extremista, às vezes à esquerda, às vezes à direita, que aconteceu no mundo, ela surge, ela flui, pelos desvãos da democracia”, analisou.

PACIFICAÇÃO – Tanto aos jornalistas como no discurso, Barroso não citou o governo ou o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Acho que a palavra de ordem no Brasil hoje deve ser pacificação. A gente tem que derrubar muros e voltar a reconstruir muitas pontes que foram destruídas pela intolerância e pelo radicalismo”, disse.

Para o ministro, “visões diferentes de mundo sempre existirão e é bom que seja assim”.

“Essa é uma missão muito importante da nossa geração no momento atual. Voltar a viver com integridade para que possamos criar espaços comuns na vida mesmo entre os que pensam diferente. Hoje é o Dia Internacional da Democracia, que sempre merece ser celebrada” lembrou, dizendo ser necessário acabar com os discursos de “nós e eles”

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O repórter Leonardo Augusto disse que Barroso também afirmou que “ninguém é dono da verdade, ninguém é dono do bem, ninguém é dono da virtude”. É uma grande verdade. Mas agora é necessário de que Barroso explique a Moraes e aos outros ministros o que significa democracia, para que interrompam a produção dessa fábrica de “terroristas” e reduzam as exageradas penas já decididas. (C.N.)

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