Um país como o Brasil, que abandona as crianças, não demonstra preocupação com o futuro

As crianças leitoras do lixo de Rio Doce | Combate Racismo Ambiental

Crianças folheiam revista e livros que acharam na lixeira

Vicente Limongi Netto

Crianças atropeladas por canalhas irresponsáveis. Crianças nas ruas, passando frio e fome. Pedindo esmolas. Crianças morrendo em enchentes e deslizamentos de terras. Crianças esmagadas pela dor.  Sem amor e esperanças. Crianças chorando, desesperadas, distantes ou separadas dos pais, nos conflitos entre países.  Crianças vítimas de estupradores. Crianças que assistem pais serem assassinados. Crianças morrendo nas filas dos hospitais e em tiroteios nas escolas. Para onde vamos? Onde chegamos?

O grande escritor e filósofo Albert Camus tinha razão, nada mais escandaloso do que criança morta. Crianças infelizes, sem educação, sem futuro. Crianças que só conhecem amarguras, isoladas de alegrias. Distantes do que realmente merecem e têm direito — amor, carinho, alimentação, respeito, conforto e educação.

ZICO E GÉRSON – A imprensa debulhou-se em alegrias e lágrimas, pelos 70 anos de idade do ex-jogador Zico. Nada contra o Galinho. Embora Zico tenha jogado três copas, sem ganhar nenhuma. Pelo contrário.

Mas, a meu ver, lamentável sob todos os aspectos é que a imprensa esportiva não tenha dado o menor destaque aos 82 anos do eterno e cerebral canhotinha de ouro do tri, no México. O fim da picada. Imperdoável e rigorosa falta de consideração, respeito e apreço por um cidadão exemplar e eterno craque que encantou torcedores do mundo inteiro, com futebol vistoso e inteligente.

Até hoje, passados quase 60 anos, o badalado futebol penta campeão do mundo ainda não tem um meia armador da qualidade técnica de Gerson. Triste e inquestionável constatação. Naquela copa, em 1970, depois de Pelé, Gerson foi eleito do melhor jogador da competição. Gerson é comentarista do rádio Tupi, tem canal no Youtube e foi campeão por todos os clubes que jogou, Flamengo, Botafogo, Fluminense e São Paulo. O Brasil deve muito a ele.

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